domingo, 31 de outubro de 2010
acaso x coincidência x destino
Impressionante a questão acaso x coincidência x destino
Estar no lugar certo na hora certa.
Hoje foi um dia atípico. Eleição no meu país. Claro que não quero escrever sobre isso. Não sou das mais politizadas pessoas. O exercício da cidadania me faz sentir importante, mas não me engabela de todo.
Gostamos das mesmas coisas: fotografia, livros, gostamos de ficar de bobeira conversando e rindo ao acaso (ops, ainda não entremos na briga acaso x coincidência x destino), a reciprocidade de sentimentos também é a mesma (estes ítens, não necessariamente nessa ordem),enfim: sabe a corda e a caçamba( claro que a caçamba sou eu), a outra banda do jarro, romeu e julieta, goiabada e queijo? Somos nós.
Que diabos tem isso a ver com acaso x coincidência x destino?
Por vezes sem conta discutimos isso em rodas de amigos, debates acalorados nas salas de aula e mesas de bar. Aí, vem um cara que pensa saber tudo (extremamente embriagado), desenrola seu cordel de frases feitas e dá a conversa por encerrada, onde o que há de melhor na mesa é o líquido de teor alcoólico. Assim, a maioria das pessoas empurra com a barriga uma conversa que aparentemente não passa de considerações filosóficas e pouco se dá, se nessa mesa de bar, tem espaço para filosofia, porque "por acaso", não foi lá que eu te conheci.
Nem por "ironia do destino" (já que nem em um nem em outro eu te encontrei), porque destino, segundo o dicionario "é sina". Estás fadado a viver com este estigma para o resto da vida, onde a certeza única que se tem é que se morre um dia porque estás vivo. Mas se o destino é a morte, por que existe o acaso? Se um "ser" ou entidade, marca num livro que tu vais morrer porque este é teu destino, por que cargas d'água, existe o acaso? Um acaba invalidando o outro.
Partindo da eliminação do acaso pelo destino (1 x 0 pro destino), onde se encaixa a coincidência? Aquele episódio que aparece não sei de onde que te faz crer que uma inciência co-existiu simultaneamente ou através de uma série de fatores? Ora, se existiu, por uma série de fatores uma co-incidência, o acaso renasce das cinzas como a fênix um dia morta (ops, acaso 1 x 1 destino).
Refeito então, o acaso derruba por terra o fardo que temos que carregar que se chama destino. Fardo este que apregoa que uma pessoa não está apta a escolher seus caminhos. Então, por uma série de co-incidências surge em tua vida outra pessoa, que te lembra o quanto estar vivo é importante e que queima as páginas do tal livro que uma certa entidade escreveu a teu respeito.
Voltamos à estaca zero, parece até aquela anedota de quem veio primeiro: "o ovo ou a galinha". A coincidência, o acaso ou o destino?
Se o acaso é o que gera a coincidência que só acontece se o destino (o tal fado- fardo-sina) assim o permitir, mais uma vez o destino ganha (destino 2 x 1 acaso ou coincidencia. Aff!)
Intermitente e interminavelmente a discussão é um problema sem solução. Eu, só concordo com a parte do fado que diz que eu , com certeza, vou morrer um dia, porque isso é um fato. De resto, destino pra mim é exatamente o oposto de sua definição. Destino pra mim é o que EU vou escrever com minhas próprias mãos e os garranchos que alguns teimam em chamar de caligrafia.
É estar no local certo na hora certa sem depender de casualidade ou co-icidência, porque foi na insistência que eu te conheci e te amei e te amo.
Assim como a foto que retrata o momento na hora certa e que ficará para a posteridade. Assim como as eleições que acabaram e a história do meu país que acaba de mudar pelo exercício da cidadania, as profundas indagações a respeito de acaso x destino x coincidência (não necessariamente nessa ordem), acontecem porque somos livres. Livres para escolhas e livres em opções. Viva as opções e o rumo delas!!
Apenas viva.
sábado, 14 de agosto de 2010
Eis aqui a derrota da mulher cotidinana. Estou aqui, n'outro quarto, faz tempo. Revirando um negócio chamado rede de relacionamento. Ja dizia um amigo meu: Quem procura acha! Não há nada que Deus uniu que os famosos orkut e MSN não separem. Mas não faz diferença. Deixa pra lá. Cada um sabe de si. Eu faço a minha parte e espero que minha consorte o faça também. Se não faz, não sou eu quem perde nessa. Mas certas coisas que a gente acaba vendo com os olhos da realidade (depois que passa a cegueira da paixão) são um alento. Se engana quem quer. Não há nada que se possa fazer pra melhorar meu estado de espírito. ENFIM: o que tivrer de ser, será.
Sei não viu? As pessoas só dão mesmo valor aquem por elas tem sentimentos verdadeiros, quando estas já não os têm exatamente porque aquelas pisaram na bola. Depois ficam por ai chorando o leite derramado.
Confiança quando se perde... Ainda não perdi a minha, mas as redes sociais que o digam, né?
Eu, no fundo, sempre soube que seria mais ou menos assim. Não se pode negar nem omitir a natureza de cada um. As pessoas são como são.
domingo, 25 de julho de 2010
How to desapear completely (and never be found again)
Em meu mundo particular existe um lugar especial.
Onde eu consigo me sentir só sem me sentir solitária ou depressiva.
Onde eu escuto as melhores músicas e sou transportada em pensamento aos mais longínquos e perfeitos ambientes.
Seres imaginários flutuam ao sabor do vento. Em nada se parecem com pássaros. Voam tão alto, tão suave, tão longe que parecem viver unicamente pra isso. Como se o grande propósito de suas vidas fosse apenas voar, planar, flutuar...
E quem sabe não é esse mesmo o único propósito.
Em meu mundo particular o tempo não existe.
O vento sopra com força sempre, açoitando meu rosto, brincando com um vestido branco que eu sempre uso quando vou para lá e que já está puído e rasgado em algum lugar qualquer. Eu pouco sinto frio, mas sempre estou com um xale triangular de um verde puído assim como o branco do vestido. Acho que o vento sopra assim para que eu nunca esqueça onde estou. Nunca esqueça o quanto sou afortunada por estar lá.
Existe um cheiro grande de maresia. Mas pouco ou nunca vejo o mar.
Lá é sempre por do sol. O céu está sempre vermelho amarelado e azul acima da minha cabeça. As nuvens ora são de algodão, ora estão rasgadas pela força do vento.
O vento existe. O tempo, não.
Em meu mundo particular eu estou apenas para estar. Para ser quem eu sou. A garota solitária e não sozinha. A garota que está em paz consigo, que hoje, neste lugar não teme, não sente fome, tampouco dor. Não respira porque não precisa respirar. Não pensa, porque não há o que pensar.
Só contemplar.
O tempo que não há, o cheiro da maresia sem mar, os pássaros que flutuam sem voar
E o vento
O vento, meu amigo vento
Desgrenha meus cabelos, joga meus trapos de um lado para outro, sopra as nuvens dando a elas as mais variadas formas. Faz-me carinho, ou não.
Estou no alto de uma colina ouvindo uma musica que não tem fim, vendo um por do sol, que nunca se põe. O vento sopra forte e seres que nunca vi em outro mundo se não o meu, bailam à suas ordens.
Assim como eu, você também tem este lugar
Certamente não é como o meu mundo
Mas é só seu. Seu mundo particular. E lá, assim como eu, você pode desaparecer completamente e nunca mais ser encontrado novamente.
Onde eu consigo me sentir só sem me sentir solitária ou depressiva.
Onde eu escuto as melhores músicas e sou transportada em pensamento aos mais longínquos e perfeitos ambientes.
Seres imaginários flutuam ao sabor do vento. Em nada se parecem com pássaros. Voam tão alto, tão suave, tão longe que parecem viver unicamente pra isso. Como se o grande propósito de suas vidas fosse apenas voar, planar, flutuar...
E quem sabe não é esse mesmo o único propósito.
Em meu mundo particular o tempo não existe.
O vento sopra com força sempre, açoitando meu rosto, brincando com um vestido branco que eu sempre uso quando vou para lá e que já está puído e rasgado em algum lugar qualquer. Eu pouco sinto frio, mas sempre estou com um xale triangular de um verde puído assim como o branco do vestido. Acho que o vento sopra assim para que eu nunca esqueça onde estou. Nunca esqueça o quanto sou afortunada por estar lá.
Existe um cheiro grande de maresia. Mas pouco ou nunca vejo o mar.
Lá é sempre por do sol. O céu está sempre vermelho amarelado e azul acima da minha cabeça. As nuvens ora são de algodão, ora estão rasgadas pela força do vento.
O vento existe. O tempo, não.
Em meu mundo particular eu estou apenas para estar. Para ser quem eu sou. A garota solitária e não sozinha. A garota que está em paz consigo, que hoje, neste lugar não teme, não sente fome, tampouco dor. Não respira porque não precisa respirar. Não pensa, porque não há o que pensar.
Só contemplar.
O tempo que não há, o cheiro da maresia sem mar, os pássaros que flutuam sem voar
E o vento
O vento, meu amigo vento
Desgrenha meus cabelos, joga meus trapos de um lado para outro, sopra as nuvens dando a elas as mais variadas formas. Faz-me carinho, ou não.
Estou no alto de uma colina ouvindo uma musica que não tem fim, vendo um por do sol, que nunca se põe. O vento sopra forte e seres que nunca vi em outro mundo se não o meu, bailam à suas ordens.
Assim como eu, você também tem este lugar
Certamente não é como o meu mundo
Mas é só seu. Seu mundo particular. E lá, assim como eu, você pode desaparecer completamente e nunca mais ser encontrado novamente.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
O blog e eu
O melhor deste blog não divulgado é que o título faz jus a ele. O título “O bloco do eu sozinha” não é de minha autoria. Roubei de uma pessoa que me é muito cara. Mas o “Bloco do eu sozinha” tem mais um motivo para ser chamado assim: é que eu estou “passando por umas coisas ai...” (mais um chavão entre colegas de antigamente que uma frase roubada) que acabaram fazendo com que o isolamento fosse o melhor remédio. O fato é que este título de blog caiu como uma luva ou “abraçou como seda” (se assim o preferir).
Coisas que antes eu preferiria que ficassem em minha caixa de pandora, agora prefiro que venham pra cá. Algumas coisas que realmente valem a pena serem lidas, outras que não passam de pequenos derrames cerebrais. Outras até que foram pensadas, (des) organizadas e escritas em momentos muito peculiares (pra não dizer que as escrevi quando estava bêbada).
Mas há quem diga que coisas contidas há muito são externadas quando se ingere álcool além da conta. Concordo e discordo. É bem verdade que quando chegamos àquela fase de embriaguês onde nosso maior refúgio é o banheiro e nosso melhor amigo é o vizinho da esquerda ou direita (dependendo se você é destro ou canhoto), a língua fica meio solta e a gente acaba falando em demasiado.
Claro que depois de um porre daqueles, de botar boneco muito mesmo, eu decidi parar de beber (não preciso nem dizer que externar o que estava dentro de mim foi a máxima deste dia) e como eu precisava externar essas coisas que ficam dentro da minha cachola e já havia começado esta de blog por conta de uma sugestão de Amabilis decidi encarar.
Depois que montei este blog a coisa desandou e não parou mais. Como diz minha mãe: “É só mais um começo, entre tantos que você tem. Nunca termina o que começa” (legal ela, né?). Pode até ser mesmo. Mas eu sempre fui de rabiscar coisas no caderno, desde adolescente. Alguns gostavam outros até incentivavam, mas gente assim como eu nunca consegue aceitar um elogio. Pode até fingir que aceita, mas no fundo não aceita não (ops! Não conta pra Amabilis não!). Em todo caso não é uma questão de vida ou morte o fato de ter ou não a aprovação dos outros. Pelo menos não neste blog.
Pode até ser que um dia eu venha a aceitar estes tais elogios, tão bem quanto as críticas que eu recebo. Pessoas que escrevem assim como eu acreditam que seus textos nunca estão bons o suficiente e que sempre se pode mudar isto ou aquilo. Acabam mudando tanto seus textos em busca da perfeição que findam deturpando sua essência. Tenho certeza que quando este texto passar pela malha fina dos meus dedinhos no Word estará irremediavelmente mudado. Mas tentarei me manter fiel ao que realmente quero passar.
Escrever decentemente é o máximo. Usar de figuras de linguagem ou a própria linguagem rebuscada, é lindo! Enriquece os textos e faz você se sentir muito gente. Mas eu nunca serei totalmente assim. A menina que habita o fundo do córtex da débil mental que ousa escrever neste blog é moleca suficiente pra esconder tudo que há de rebuscado e mostrar apenas quando lhe aprouver (viu? Aí está ela, brincando de falar difícil. Entende o que eu quero dizer agora?).
Obrigada pela atenção, boa leitura e até.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Mais uma do tempo
Por que não passa tempo?
Ah, tempo que não passa
Só porque eu quero ir pra casa
Quando eu não quero
Corre tal medalhista de cem metros
Corre tempo! Avia!
Quero ver raiar um novo dia
Que quando este dia chegar
Tu hás de se demorar
Faz minha tua vontade
Do ócio nossa liberdade
Vem comigo voar
Tempo que não para de passar...
Ah, tempo que não passa
Só porque eu quero ir pra casa
Quando eu não quero
Corre tal medalhista de cem metros
Corre tal filhote de preguiça com tartaruga
Corre tempo, anda, quero ver meus netos
Quero ver gente nos botecos
Gastando a ti, com boa prosaQuero ver o céu azul e sentir a brisa
Sentir o cheiro das rosas
Quero ver raiar um novo dia
Que quando este dia chegar
Tu hás de se demorar
Faz minha tua vontade
Do ócio nossa liberdade
Vem comigo voar
Tempo que não para de passar...
De sol à pino
No contraste entre o verde da copa da mangueira com o céu azul sem nenhuma nuvem ao meio dia, um coqueiro depenado de caule fino se apresenta.
Alto como um prédio de dois andares
Torto como a torre de Pisa
Feio, coitado, parece-me triste e sozinho ali.
Ou não.
Deve estar a rir de mim, em meus devaneios de cabeça quente e sol a pino. Mal posso perceber que, sim:
Valsa ao sabor do vento, na suave dança de mais uma época em que troca de palmas, como cobras trocam de pele
Esperando quão glorioso dia de tantas e frondosas palmas
Bailando graciosamente
Imponente verde e malicioso
A derrubar seus frutos em cabeças desavisadas
Por pura diversão!
Alto como um prédio de dois andares
Torto como a torre de Pisa
Feio, coitado, parece-me triste e sozinho ali.
Ou não.
Deve estar a rir de mim, em meus devaneios de cabeça quente e sol a pino. Mal posso perceber que, sim:
Valsa ao sabor do vento, na suave dança de mais uma época em que troca de palmas, como cobras trocam de pele
Esperando quão glorioso dia de tantas e frondosas palmas
Bailando graciosamente
Imponente verde e malicioso
A derrubar seus frutos em cabeças desavisadas
Por pura diversão!
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Tempo, tempo, tempo.
A coisa mais relativamente imprestável é o tempo.
Quando jovens, ele é só um parente distante
Quando adultos ele é só aquele contra quem corremos
Quando velhos, ele é nosso único companheiro
E grande amigo da morte.
Quem tem medo da morte?
Quando jovens, ele é só um parente distante
Quando adultos ele é só aquele contra quem corremos
Quando velhos, ele é nosso único companheiro
E grande amigo da morte.
Quem tem medo da morte?
A borboleta na janela parte dois, a missão
São 20:31, e a história da borboleta na janela ainda está rendendo. Me acredita?
Agora a mulher está editando as cento e noventa e tantas fotos da finada borboleta. É, ela ja deve ter passado desta pra uma melhor.
Não, acabo de vê-la. Está de pé no chão, ainda vive, para minha preocupação. E se ela ainda viver até amanhã? E se a sessão de fotos recomeçar? Será também finado meu sábado.
(Sendo mais justa, a pedido de meu bem e contra a minha vontade, ela manda dizer que a tal borboleta a inspirou e nos rendeu boas doses de êxtase)
Agora a mulher está editando as cento e noventa e tantas fotos da finada borboleta. É, ela ja deve ter passado desta pra uma melhor.
Não, acabo de vê-la. Está de pé no chão, ainda vive, para minha preocupação. E se ela ainda viver até amanhã? E se a sessão de fotos recomeçar? Será também finado meu sábado.
(Sendo mais justa, a pedido de meu bem e contra a minha vontade, ela manda dizer que a tal borboleta a inspirou e nos rendeu boas doses de êxtase)
Amabilis, a borboleta na janela e eu
Bem, este é outro texto, ja que o primeiro escorreu entre meus dedos numa tentativa frustrada de salvá-lo. Os primeiros sempre são os melhores (acho que por isso são chamados de primeiros. Questão de mérito.).
Eis que surge, vinda do lado de fora do apartamento, uma borboleta. Meu bem é fotógrafa e eu gentilmente fechei a janela da sala prendendo o bicho para sair do anonimato e entrar no hall das "melhores fotografias de Amabilis". As fotos começaram e eu vim pra cá ouvir Kings of Convenience (eu recomendo) e escrever um pouquinho.
Foi ai que minha sexta feira foi finada. Mea culpa, assumo, afinal fui eu que apontou o inseto e fechou a janela para que o bixo não saisse.A mulher desandou a tirar fotos. Mas sabe como são os fotógrafos. Querem sempre a foto perfeita e neste caso a foto perfeita é a foto quase impossível: a borboleta de asas abertas.
E desandou a falar com o inseto:" 'Bora' minha filha, abra as asas que eu quero te ver... amor, pede a ela pra abrir as asas!"
E lá fui eu. Depois de muito "abra cadabra, abre-te sésamo e open the door" parece que a dita cuja entendeu e começou a abrir as asas (e eu só acreditei que era mesmo uma borboleta porque eu a vi voar. Pense numas asas que pareciam uma folha seca!).
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Valentine's
Ontem eu conheci uma escorpiana
Que ainda não me tinha sido revelada
Acuou-me
Valente como o todo
Esta, antes, eu não consegui enxergar
Mas é assim: coisas do coração
A gente só enxerga o que quer quando assim o quer
Ontem eu conheci uma loba
Garras afiadas, selvagem ao extremo
Mãos de manipulador
Me senti um mamulengo
Tal ânsia por mais do seu calor
Este quiroprático do amor
Difícil enxergar a escorpiana e a loba
Por trás de um nome que tem nada de imprevisível
Mas totalmente indescritível
Assim como as surpresas que a vida nos joga
Assim como o sentimento de paixão que me devora
Porque nunca se conhece quem se ama.
Que ainda não me tinha sido revelada
Acuou-me
Valente como o todo
Esta, antes, eu não consegui enxergar
Mas é assim: coisas do coração
A gente só enxerga o que quer quando assim o quer
Ontem eu conheci uma loba
Garras afiadas, selvagem ao extremo
Mãos de manipulador
Me senti um mamulengo
Tal ânsia por mais do seu calor
Este quiroprático do amor
Difícil enxergar a escorpiana e a loba
Por trás de um nome que tem nada de imprevisível
Mas totalmente indescritível
Assim como as surpresas que a vida nos joga
Assim como o sentimento de paixão que me devora
Porque nunca se conhece quem se ama.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Ainda que acabe
Ainda que acabe
Cedo, tarde, hoje, amanhã
Como esquecer?
A primeira tarde à beira mar
A sensação de bem estar
O vento batendo no meu rosto
Meu cabelo a assanhar
O cheiro do mar
E o teu perfume a me guiar
Ainda que acabe
Aquele sorriso só pra mim
Cedo, tarde, hoje, amanhã,
É de ti que vou lembrar.
E por quê tem de acabar?
Cedo, tarde, hoje, amanhã
Como esquecer?
A primeira tarde à beira mar
A sensação de bem estar
O vento batendo no meu rosto
Meu cabelo a assanhar
O cheiro do mar
E o teu perfume a me guiar
Ainda que acabe
Aquele sorriso só pra mim
Cedo, tarde, hoje, amanhã,
É de ti que vou lembrar.
E por quê tem de acabar?
Pedrinho e o macarrão
Se Pedrinho fosse um boneco
Daqueles que falam
quando a gente aperta a barriga deles,
Ele diria assim:
"Mamãe, eu te amo. Me dá um abraço?"
Toda comida para Pedrinho é gostosa, menos macarrão.
Pedrinho não gosta de comer macarrão
" 'É' umas cobrinhas, mamãe! "
Pedrinho poderia passar o dia todo carinhando os cachorros e gatos da casa dele.
Pedrinho poderia passar o dia todo jogando "Devil may cry" no videogame.
Mas Pedrinho me ama e passa o dia todo falando: "Mamãe eu te amo. Me dá um abraço?"
Daqueles que falam
quando a gente aperta a barriga deles,
Ele diria assim:
"Mamãe, eu te amo. Me dá um abraço?"
Toda comida para Pedrinho é gostosa, menos macarrão.
Pedrinho não gosta de comer macarrão
" 'É' umas cobrinhas, mamãe! "
Pedrinho poderia passar o dia todo carinhando os cachorros e gatos da casa dele.
Pedrinho poderia passar o dia todo jogando "Devil may cry" no videogame.
Mas Pedrinho me ama e passa o dia todo falando: "Mamãe eu te amo. Me dá um abraço?"
As profundas indagações de Pedrinho
Por que a senhora não pode jogar videogame comigo?
Por que o papai noel não vem aqui em casa?
O Simpson existe?
Por que agente tem cinco dedos?
Por que o pica pau não morre?
Eu queria um Stitch azul igual ao da Lilo, a senhora compra pra mim?
Quando eu nasci na sua barriga eu era grande?
A senhora tem dinheiro do pequenininho ou do grandão?
Por que a senhora não tem dinheiro todo dia?
Posso jogar videogame?
Posso ficar no computador?
64858 caracteres não são suficiente para uma criança de quatro anos.
Por que o papai noel não vem aqui em casa?
O Simpson existe?
Por que agente tem cinco dedos?
Por que o pica pau não morre?
Eu queria um Stitch azul igual ao da Lilo, a senhora compra pra mim?
Quando eu nasci na sua barriga eu era grande?
A senhora tem dinheiro do pequenininho ou do grandão?
Por que a senhora não tem dinheiro todo dia?
Posso jogar videogame?
Posso ficar no computador?
64858 caracteres não são suficiente para uma criança de quatro anos.
Desespero de causa
Imagine as voltas que a vida dá e as peças que ela prega em nossas vidas.
Que inferno!
Nestes meus pouquíssimos anos de vida já passei por tantas que decidi abolir a palavra AMOR (eca! Desculpe, eu não resisto) do meu vocabulário. Alguns acharam infantilidade minha na época que comecei com isso. Outros, achavam que mais dia, menos dia eu morderia a língua.
Claro que estes últimos estavam certos.
Mas eu não dava ouvidos: aquelas conversinhas melosas ao telefone: “desliga você primeiro...”. Aquela frase feita de três palavrinhas começando com “eu te...”. Nossa! Impossível completar. Ainda hoje me dá asco! Uma coisa repetitiva e tão sem conteúdo verdadeiro não poderia nunca retratar um sentimento que por mais verdadeiro que fosse não entrava na minha cachola.
Até dia desses.
Eu tirava muita onda com meus colegas, não suportava toda aquela “babação” de namoradinhos, e as cartas??? Meu Deus, as cartas... Já dizia o poeta: “são TODAS ridículas”. Inconcebível para mim uma pessoa escrever cartas quando pode dizer o que supostamente sente, se é que sente mesmo, porque eu nunca acreditei nisto. Meus colegas apaixonados e minhas amigas enamoradas e até mesmo os não comprometidos diziam: “Cuidado com a língua! Língua paga!”
O fato é que o tempo passava e eu acabei me distanciando de todos eles. Boemia que sempre fui, acabei sozinha. Todos tinham mais o que fazer: beijar na boca, namorar, cineminha a dois, essas coisas. Ultimamente nem eu me agüentava mais.
Até que um dia minha língua pagou. Se tivesse um pedaço dela cortado para cada comentário sobre o amor e suas pieguices, eu provavelmente seria muda hj.
DESESPERADAMENTE EU ANSEIO PELOS BEIJOS, ABRAÇOS, CARINHOS. ESCREVO CARTAS (QUE AINDA ACHO RIDÍCULAS, CLARO EU NÃO PODERIA TER MUDADO TÃO RADICALMENTE, NÉ?) DOU PRESENTINHOS (CLARO EU OS RECEBO MAIS QUE OS DOU). O TEMPO NÃO PASSA QUANDO ESTOU LONGE E JÁ ARRISQUEI ATÉ UM “EU TE...” (VOCÊ SABE O QUÊ). A PIEGUICE SE APODEROU DE MIM DE TAL FORMA QUE EU NÃO CONSIGO CONTROLÁ-LA E ME VEJO ANDANDO PELOS CANTOS DA CASA SEM PROPÓSITO E JÁ NEM LEMBRO MAIS SE ESTOU OU NÃO COM AS CHAVES DE CASA, SE JÁ BEBI ÁGUA HOJE. EU ESQUEÇO ATÉ DE COMER (E OLHA QUE EU SEMPRE FUI UM BOM GARFO).
Enfim, é claro que eu não preciso nem dizer que todos a minha volta tiram meu couro em piadinhas sem graça e o velho “eu te disse!!!” não sai da boca dos que me rodeiam.
Fazer o que, né? É o sentimento que rege o mundo e feliz de quem se agarra a ele.
Que inferno!
Nestes meus pouquíssimos anos de vida já passei por tantas que decidi abolir a palavra AMOR (eca! Desculpe, eu não resisto) do meu vocabulário. Alguns acharam infantilidade minha na época que comecei com isso. Outros, achavam que mais dia, menos dia eu morderia a língua.
Claro que estes últimos estavam certos.
Mas eu não dava ouvidos: aquelas conversinhas melosas ao telefone: “desliga você primeiro...”. Aquela frase feita de três palavrinhas começando com “eu te...”. Nossa! Impossível completar. Ainda hoje me dá asco! Uma coisa repetitiva e tão sem conteúdo verdadeiro não poderia nunca retratar um sentimento que por mais verdadeiro que fosse não entrava na minha cachola.
Até dia desses.
Eu tirava muita onda com meus colegas, não suportava toda aquela “babação” de namoradinhos, e as cartas??? Meu Deus, as cartas... Já dizia o poeta: “são TODAS ridículas”. Inconcebível para mim uma pessoa escrever cartas quando pode dizer o que supostamente sente, se é que sente mesmo, porque eu nunca acreditei nisto. Meus colegas apaixonados e minhas amigas enamoradas e até mesmo os não comprometidos diziam: “Cuidado com a língua! Língua paga!”
O fato é que o tempo passava e eu acabei me distanciando de todos eles. Boemia que sempre fui, acabei sozinha. Todos tinham mais o que fazer: beijar na boca, namorar, cineminha a dois, essas coisas. Ultimamente nem eu me agüentava mais.
Até que um dia minha língua pagou. Se tivesse um pedaço dela cortado para cada comentário sobre o amor e suas pieguices, eu provavelmente seria muda hj.
DESESPERADAMENTE EU ANSEIO PELOS BEIJOS, ABRAÇOS, CARINHOS. ESCREVO CARTAS (QUE AINDA ACHO RIDÍCULAS, CLARO EU NÃO PODERIA TER MUDADO TÃO RADICALMENTE, NÉ?) DOU PRESENTINHOS (CLARO EU OS RECEBO MAIS QUE OS DOU). O TEMPO NÃO PASSA QUANDO ESTOU LONGE E JÁ ARRISQUEI ATÉ UM “EU TE...” (VOCÊ SABE O QUÊ). A PIEGUICE SE APODEROU DE MIM DE TAL FORMA QUE EU NÃO CONSIGO CONTROLÁ-LA E ME VEJO ANDANDO PELOS CANTOS DA CASA SEM PROPÓSITO E JÁ NEM LEMBRO MAIS SE ESTOU OU NÃO COM AS CHAVES DE CASA, SE JÁ BEBI ÁGUA HOJE. EU ESQUEÇO ATÉ DE COMER (E OLHA QUE EU SEMPRE FUI UM BOM GARFO).
Enfim, é claro que eu não preciso nem dizer que todos a minha volta tiram meu couro em piadinhas sem graça e o velho “eu te disse!!!” não sai da boca dos que me rodeiam.
Fazer o que, né? É o sentimento que rege o mundo e feliz de quem se agarra a ele.
O cajueiro
Debaixo do cajueiro, daqui de onde estou, vejo as pedras saltando do solo. Teimosas em permanecer onde outrora mãos hábeis as bateram contra o solo.
Daqui de onde estou.
Vejo um cajueiro "sessentão" de copa larga mas falha em várias etapas.
Mais a frente vejo a estrada onde os carros vão e vem, na pressa de sempre, porque o tempo urge.
Sentada daqui de onde estou.
Vejo um homem à minha esquerda, insistentemente e irritantemente batendo o pé no chão. Revolve folhas de papel em suas mãos, possíveis relatórios, fuma um cigarro.
Do outro lado do asfalto, um muro baixo, parcialmente coberto por pedras que mãos hábeis esculpiram e pregaram na parede.
Uma casa com varanda em arcos brancos. Telhado em duas etapas, mais cajueiros, mangueiras e coqueiros. Há muita sombra lá. Aqui não.
O cajueiro daqui é de copa larga, mas falha.
Derruba muitas formigas que passeiam nesta folha, nesta mão que segura a caneta e neste braço que sustenta o caderno.E um lugar muito bonito este aqui, onde estou.
Bate no meu rosto muito vento. Não cai uma folha do cajueiro. Só formiga.
Formiga.
Formiga.
Meu coração por você. Daqui de onde estou, com as portuguesas pedras revolvidas ao chão, a casa branca com seus arcos e telhado, mangueira e coqueiro, os carros que vão e vem e o cajueiro de copa larga, mas falha.
Falha.
Falha meu coração na batida. Esquece de bater, formigando por você.
Daqui de onde estou.
Vejo um cajueiro "sessentão" de copa larga mas falha em várias etapas.
Mais a frente vejo a estrada onde os carros vão e vem, na pressa de sempre, porque o tempo urge.
Sentada daqui de onde estou.
Vejo um homem à minha esquerda, insistentemente e irritantemente batendo o pé no chão. Revolve folhas de papel em suas mãos, possíveis relatórios, fuma um cigarro.
Do outro lado do asfalto, um muro baixo, parcialmente coberto por pedras que mãos hábeis esculpiram e pregaram na parede.
Uma casa com varanda em arcos brancos. Telhado em duas etapas, mais cajueiros, mangueiras e coqueiros. Há muita sombra lá. Aqui não.
O cajueiro daqui é de copa larga, mas falha.
Derruba muitas formigas que passeiam nesta folha, nesta mão que segura a caneta e neste braço que sustenta o caderno.E um lugar muito bonito este aqui, onde estou.
Bate no meu rosto muito vento. Não cai uma folha do cajueiro. Só formiga.
Formiga.
Formiga.
Meu coração por você. Daqui de onde estou, com as portuguesas pedras revolvidas ao chão, a casa branca com seus arcos e telhado, mangueira e coqueiro, os carros que vão e vem e o cajueiro de copa larga, mas falha.
Falha.
Falha meu coração na batida. Esquece de bater, formigando por você.
Permuta
"Ah ela, como estava velha, a vela"...
Por que trocaste a velha vela?
Outrora vela de bons ventos
De cor de areia ela
Com dizeres escritos em vermelho. Desenhado um coração
Hoje, vermelhos não há dizeres
Só um rubor em mãos
Ao vento flamula
Vela de vermelhão
Outrora da cor de areia
De dizeres e coração
Hoje só vermelho
Escarlate, rubro
Esta cor de sangue
Rumo ao mar, este gigante
Azul e vermelho
Outrora da cor de areia, em suas mãos
Alva
De dizeres vermelhos e um coração.
Por que trocaste a velha vela?
Outrora vela de bons ventos
De cor de areia ela
Com dizeres escritos em vermelho. Desenhado um coração
Hoje, vermelhos não há dizeres
Só um rubor em mãos
Ao vento flamula
Vela de vermelhão
Outrora da cor de areia
De dizeres e coração
Hoje só vermelho
Escarlate, rubro
Esta cor de sangue
Rumo ao mar, este gigante
Azul e vermelho
Outrora da cor de areia, em suas mãos
Alva
De dizeres vermelhos e um coração.
terça-feira, 6 de julho de 2010
As flores preguiçosas
Esperando o sol despertá-las
Quando a essa hora
Tem menino pedindo peito
Gari juntando lixo
Açougueiro cortando carne
Bebum virando bicho
As flores preguiçosas
Esperando o sol despertá-las
Quando a uma hora dessas
Tem médico operando
Menino estudando
Ônibus rodando
Olha o trem passando!
As flores preguiçosas
Dependendo da luz do sol
Esperando que chegue a elas
Pelo vidro da janela
O raiar de mais um dia
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